A diagnose foliar auxilia a avaliação da fertilidade do solo no momento em que a cultura está no campo. A análise química foliar por ocasião da coleta da diagnose foliar indica o que a planta conseguiu absorver de nutrientes do solo. Portanto, se há baixa disponibilidade de nutrientes no solo a planta também irá absorver menos.
A baixa disponibilidade de nutrientes no solo pode ser devido aos erros de amostragem do solo, de método analítico e/ou de cálculo de corretivo e fertilizantes. Assim, a diagnose foliar pode facilitar os ajustes nas doses de fertilizantes aplicados em cobertura ou foliar. Desse modo, o objetivo é reduzir as perdas de rendimento de grãos e matéria seca das culturas devido a falta de nutrientes no solo.
Usos da diagnose foliar
Para a avaliação do estado nutricional das culturas, a diagnose foliar pode auxiliar a:
- Caracterizar sintomas de deficiência nutricional e identificar a “fome escondida”, principalmente quando dois ou mais nutrientes estão em baixa concentração na cultura;
- Realizar o levantamento do estado nutricional das plantas em um plano de rotação de culturas e evitar futuros problemas nutricionais atuais ou para as próximas safras;
- Identificar interações positivas ou negativas entre íons e evitar futuros problemas nutricionais, como a exclusão de certas aplicações foliares;
- Realizar o levantamento de identificações das relações entre estado nutricional da cultura com pragas e doenças e evitar condições favoráveis para pragas e doenças.
Para a determinação e/ou ajustes nas doses de fertilizantes, a diagnose foliar pode auxiliar a:
- Estabelecer o fertilizante a ser utilizado levando em consideração suas características físicas e químicas;
- Ajustar as doses de fertilizantes de cobertura ou foliar dentro da mesma safra amostrada para diagnose foliar;
- Identificar o elemento responsável pelo efeito do fertilizante em condição experimental ou teste na própria fazenda a fim de evitar compra/venda de fertilizantes de caráter duvidoso.
Amostragem de plantas para diagnose foliar
A amostragem para diagnose foliar varia conforme a cultura e sempre devemos ficar atentos a isso. Abaixo segue como realizar a diagnose foliar para as principais culturas produtoras de grãos e de matéria seca. O protocolo de amostragem para diagnose foliar foi retirado de Malavolta et al. (1997).
- Para a cultura do trigo (Triticum aestivum) devemos coletar 30 folhas/gleba escolhendo entre a 1ª e a 4ª folha a partir da ponta no início do florescimento.
- Para a cultura do milho (Zea mays) devemos coletar 30 folhas/gleba escolhendo o limbo foliar (terço médio das folhas) abaixo e oposta à espiga no início do florescimento (quando aparece o “cabelo do milho”).
- Para a cultura da soja (Glycine max) devemos coletar 30 folhas/gleba escolhendo entre o 3º e o 4º trifólio a partir da ponta, da haste principal, com pecíolo, no início do florescimento.
- Para gramíneas forrageiras devemos coletar 15 plantas/gleba (apenas a parte aérea) durante a primavera-verão.
- Já para as leguminosas forrageiras devemos coletar 30 folhas/gleba escolhendo as folhas recém maduras no início do florescimento (primavera-verão).
Além disso, para as plantas forrageiras devemos tomar o cuidado de não cortá-las rente ao solo, deixando de 5 a 10 cm de altura, visando simular o pastejo animal.
Após a amostragem, as folhas devem ser levadas ao um laboratório de Nutrição de Plantas qualificado para dar sequência a análise química foliar. E, você mesmo concluir que a diagnose foliar é uma ótima ferramenta para a avaliação da fertilidade do solo para evitar perdas de rendimento das culturas devido ao desajuste nutricional.
Dúvidas? Deixe o seu comentário e confira mais dicas em nosso blog.
Referências
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2.ed. Piracicaba: Potafos, 1997. 319p.